Acabando com as especulações, o presidente da montadora afastou a possibilidade de deixar o estado atraído por incentivos fiscais de São Paulo
BRASÍLIA – O presidente da Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, descartou nessa segunda-feira desativar a fábrica de Goiás, um dos polos da montadora no país que produz modelos Hyundai e Ford. A permanência da empresa no estado tem sido uma incerteza desde que o governador de São Paulo, João Doria, concedeu incentivos fiscais para o setor automotivo. Em crise fiscal, Goiás deve seguir o caminho oposto e aumentar a alíquota de ICMS. Mas o executivo disse que isso não será motivo para deixar o estado. Após reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, Andrade reforçou ainda que a reforma da Previdência é importante para incentivar investimentos no país.
— O governador Ronaldo Caiado é um homem muito íntegro, percebe bem as coisas, quer que o estado dele cresça. Estamos numa situação em que ele vai aumentar o ICMS, o que nos prejudica. Mas o Ronaldo Caiado tem que olhar seu estado. Está numa situação muito delicada. Ele está fazendo tudo que pode fazer. Mas não é por esse motivo que vamos deixar Goiás, sair de Goiás — afirmou Andrade, na saída do ministério da Economia, em Brasília.
O executivo afirmou que as negociações para que seu grupo compre a fábrica da Ford em São Bernardo de Campo estão avançadas. Se isso ocorrer, a companhia se beneficiaria dos incentivos tributários concedidos por Doria.
— (Sobre) a fábrica da Ford estamos conversando, é uma possibilidade. Já estivemos com chineses que estão interessados em fabricar carros conosco lá. Existe uma grande possibilidade dessa indústria da Ford acontecer e a Ford voltar a funcionar absorvendo todos os empregos. Isso vai depender das nossas negociações com a China e também o que pode acontecer com a fábrica lá — destacou.
Para Andrade, a reforma da Previdência é importante para que outras pautas econômicas avancem no país. Ele não detalhou, no entanto, qual foi a agenda sugerida ao ministro. Questionado sobre a negociação sobre incentivos fiscais do governo federal, o executivo disse que não é possível esperar esse tipo de auxílio.
— O empresário que tiver pensando que vai receber ajuda do governo está perdendo tempo. Cada um tem que fazer sua parte, o governo tem que fazer a dele e o empresário tem que fazer a sua — afirmou.