Motoristas bloqueiam rodovias há nove dias contra a alta do diesel e por um piso para os fretes. Sem circulação de mercadorias, o transporte público foi afetado, faltam gás e combustíveis
A greve de caminhoneiros contra a alta do diesel chega ao 9.º dia, nesta terça-feira (29), agravando a situação de serviços como transporte coletivo e a distribuição de itens como gás, combustíveis, alimentos e remédios, em Goiás. As consequências do protesto se devem ao fato de bloqueios em rodovias impedirem o tráfego de caminhões, responsáveis por grande parte do abastecimento das cidades (veja abaixo como estão os principais serviços em Goiás).
Os passageiros que precisam utilizar o transporte coletivo em Goiânia, nesta manhã, enfrentam espera e veículos lotados. De acordo com a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), os ônibus estão seguindo a planilha de horários seguidas no período de férias, o que representa uma frota até 40% menor em determinadas linhas.
No Terminal Praça A, no Setor Campinas, às 5h30 desta manhã a movimentação de passageiros já era intensa. Usuários do transporte coletivo relatam espera de até 30 minutos por conta da redução da frota. No pátio do terminal, é possível encontrar alguns veículos estacionados, situação atípica em horários de pico de dias úteis na capital goiana.
Nas rodovias federais que passam por Goiás, havia 27 pontos de bloqueio até a segunda-feira (28). A assessoria de imprensa da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Goiás informou que o balanço das interdições nesta manhã serão divulgados às 9h.
A situação das indústrias também se agravou nesta terça-feira. Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), das 23 mil indústrias do estado, 50% pararam a produção por conta da falta de combustíveis. De 13 indústrias farmacêuticas de Anápolis, 5 estão parcialmente paralisadas por conta da falta de uniforme descartável, frascos para embalar os produtos e óleo para aquecer as caldeiras.
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Ônibus estacionados no pátio do Terminal Praça A, nesta terça-feira, em Goiânia (Foto: TV Anhanguera/Reprodução)
Veja os principais reflexos da greve dos caminhoneiros:
Aeroporto
- O Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, segue operando normalmente. Para esta terça-feira, havia 44 decolagens previstas, além de 34 pousos. Nenhum voo havia sido cancelado até as 8h30.
- Terminal não está na lista de aeroportos com falta de combustíveis, divulgada às 8h05 desta terça-feira pela Infraero;
Indústria
- 50% das 23 mil indústrias de Goiás pararam a produção por conta da falta de combustíveis no estado;
- De 13 indústrias farmacêuticas de Anápolis, 5 estão parcialmente paralisadas. Fábricas estão com falta de até uniforme descartável, frascos para embalar os produtos e óleo para aquecer as caldeiras;
- 90% de toda a produção de leite do estado, que representa 7 milhões de litros por dia, está sendo jogada fora
Limpeza Urbana
- Coleta de lixo seguia em Goiânia normalmente na manhã desta terça-feira. Comurg, responsável pela limpeza urbana na capital informou que os veículos que fazem a coleta de lixo orgânico da capital têm reserva de óleo diesel garantida até quarta-feira (30).
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Coleta de lixo sendo feita nesta terça-feira no Setor Bela Vista, em Goiânia (Foto: Murillo Velasco/G1)
Rodovias
- Até segunda-feira (28) havia 27 pontos de bloqueio em rodovias federais goianas. A PRF não divulgou balanço nesta terça-feira.
- Segundo PRF, tráfego de veículos nas BRs foi 70% menor do que o comum, na segunda-feira.
Saúde
- Conforme a Prefeitura de Goiânia, as ambulâncias do Samu têm combustíveis garantidos até sábado (2).
- O Governo de Goiás informou que algumas unidades do interior tiveram de suspender cirurgias eletivas pela ausência de insumos. Os estoques nos hospitais da capital são suficientes para atender as necessidades até sábado (2).
- Em Aparecida de Goiânia, todos os veículos da frota do município estão sendo abastecidos com 15 litros, para poder priorizar as ambulâncias e de carros de transporte de passageiros em tratamento.
- Águas Lindas e Santo Antônio do Descoberto estão com postos de saúde fechados; Transporte de pacientes está sendo feito só em casos de urgência;
- Farmácias do estado começaram a registrar falta de alguns remédios e baixa nos estoques dos produtos.
Transporte coletivo
- Ônibus da Grande Goiânia operam, nesta terça-feira, utilizando a planilha de horários do período de férias, o que provoca uma redução de até 40% na frota de veículos de algumas linhas de ônibus;
- Eixo Anhanguera, que liga as regiões leste e oeste de Goiânia, segue operando normalmente. Metrobus, que opera a linha, diz que não houve redução no número de ônibus;
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Passageiros enfrentam espera de até 30 minutos para embarque no Terminal Praça A, em Goiânia (Foto: TV Anhanguera/Reprodução)