A partir de 2019, se aprovado projeto do Governo de Goiás, o sudeste goiano terá grande parte de suas vias estaduais de acesso tributadas. Ida e volta entre Ipameri e Catalão serão R$ 10,00, entre Catalão e Goiânia R$ 40,00, entre Ipameri e Urutaí R$ 10,00. Mas a maior carga terão os ipamerinos pois vão pagar pedágios nos dois principais polos estudantis: Catalão (CESUC e UFG) e Urutaí (IF Goiano). Com isso, os estudantes, professores e servidores ipamerinos dessas entidades educacionais vão gastar muito mais pois terão seu transporte diário de ida e volta onerado pelos pontos de pedágio.
Goiás deverá ter 15 praças de pedágio a partir de 2019
Estudo da Fundação Getulio Vargas definiu onde serão instalados os locais de cobrança ao longo dos trechos; valor cobrado deve ser de aproximadamente R$ 5,00
Goiás deverá ter 15 praças de pedágio com uma distância média de 60 quilômetros entre uma e outra, cobrando um valor de aproximadamente R$ 5. É o que aponta projeto da Fundação Getulio Vargas (FGV) que deve basear a concessão de 896 quilômetros de sete rodovias goianas.
O estudo foi feito a pedido da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), que detém a responsabilidade das rodovias, e apresentado aos deputados estaduais para tentar convencê-los a aprovar o projeto que autoriza a concessão dos trechos.
O projeto chegou à Casa em 3 de outubro e conseguiu passar pela Comissão Mista apenas na terça-feira (12), mas não houve quórum para levá-lo a plenário ontem. Deputados, mesmo os da base, dizem que há resistência em aprovar o projeto em véspera do período eleitoral, dado o desgaste com a população.
O deputado Luis Cesar Bueno (PT) é um dos que tem atuado para mudar o texto. “O projeto da FGV mostra as definições, mas o projeto de lei que tramita na Assembleia, não. O projeto não estabelece contrapartidas ou compromissos da concessionária com o Estado. É um cheque em branco”, afirma.
O deputado fala que, mesmo que entre em pauta hoje, só poderá ser votado em definitivo na semana vem. “Estou com uma emenda pronta para ser apresentada em plenário.”
Se fizer isso, o projeto precisará passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) com prazo de 24 horas para voltar a plenário. Isto é, se emendado, o texto só poderá ser votado na quarta-feira (20).
Redistribuição
O presidente da Agetop, Jayme Rincón, diz estar seguro de que o projeto é bom. “Ele fixa algumas praças na região metropolitana de Goiânia, mas já solicitamos que sejam redistribuídas”, diz, se referindo às praças colocadas antes de Senador Canedo, Bela Vista e Inhumas.
Segundo ele, o valor da tarifa não passará a média praticada pelas concessões das rodovias federais que cruzam Goiás, que é de R$ 5,30. “Meu objetivo é de, no máximo, empatar com a tarifa das concessões federais e não vou abrir mão da qualidade de nosso projeto. Não pode passar, senão fica fora de nossa realidade socioeconômica”, relata.
Questionado sobre a distância entre as praças, que é menor que a praticada pelo governo federal (100 quilômetros), Rincón diz que a comparação não pode ser feita. “Preço de pedágio é definido sobre fluxo de veículos. A que tem o maior fluxo em Goiás é a GO-080, com cerca de 18 mil/dia, número muito menor que as federais.”
Se aprovado o projeto, a cobrança começará a ser feita a partir de março de 2019.
Matéria retirada de “O Popular”